Desprotegida.
As mudanças fizeram um bem danado
a Grey’s Anatomy e a série, mais uma vez, apresenta uma boa semana, com
destaque para personagens que estavam na nossa lista de espera por mais
destaque e desenvolvimento.
Depois de Meredith e Maggie, a
dupla de irmãos da vez é Derek e Amelia. Muito interessante a retomada de
ambos, meio envoltos em depressão, acusações e culpas. Faz tempo que Derek
deixou de ser o McDreamy para ser apenas um médico chato do hospital. Egocêntrico,
ele foi perdendo nosso apreço e se tornou até dispensável. Culpa dos
roteiristas, que achavam que a lenha ali já tinha acabado de queimar, mas agora
estamos diante de coisas novas e a recuperação é bem possível.
Derek, afinal, está assumindo que
tem problemas e isso é ótimo. Seus traumas de infância e o senso de
responsabilidade que ele sente desde o assassinato do pai voltam à tona, mas
não apenas isso. Ele se mostra fragilizado e sem rumo profissionalmente e no casamento.
Tudo isso aparece com clareza na tentativa de golpe em Amelia. O que Derek faz
ao tentar recuperar seu posto antigo não é só um problema de caráter, é uma
tentativa de compensar o que sente que está errado. Ele precisa de motivação e
desafio e, no momento, não está encontrando.
Amelia, por sua vez, ganha a
primeira chance real na série. O drama das drogas e do namorado morto vem para
humanizá-la e criar empatia com o público. Estava na hora, já que até aqui a
personagem não tinha função alguma e concorria com vantagem ao posto de “próximo
defunto”. Com a exposição de algo tão íntimo, ela ganha propósito e nossa
simpatia.
Também em fase de recuperação
está Arizona. Esse episódio coloca sobre ela uma luz bem positiva e necessária.
Não canso de repetir que a separação de Callie foi uma benção e, agora, podemos
apreciar os momentos bacanas das duas, sem sentir que estamos presos com elas
num relacionamento idiota e sem sentido. Arizona, como médica que corre riscos
e salva bebezinhos é muito melhor que a Arizona esposa egoísta. Além disso, o
caso da semana em que ela esteve envolvida trás de volta a sensação de que ela
é essencial e bacana para a série. Foi bom vê-la tomar decisões difíceis,
duvidar, mas agir, apesar dos medos.
Medo, aliás, entrou em pauta
também para Kepner e Avery, mas espero não ter que ver outra médica tendo que
parir em situações de alto risco. Seria um baita clichê desnecessário, então, é
melhor que o casal represente justamente essas dúvidas e questionamentos de
pais de primeira viagem. Bailey foi ótima ao nos lembrar de que é sim,
terrível, mas pelos motivos certos. A bronca em Wilson foi necessária e nos mostra
um lado humano do médico, de certa forma.
O que promete colocá-la em
situação bem chata é a patrulha em Karev. Há alguns episódios ela vem mostrando
o quanto é avessa às amizades do namorado e o relacionamento deve entrar em
colapso. Não que eu ache ruim. Desde Izzie não conseguiram mais trazer alguém
que fosse significativa para Karev e mesmo Wilson é bem dispensável.
O clima de recomeço, assim como
diz o título do episódio, mexe bastante com o passado da série e traz essas
lembranças de quando tudo era novo e fresco. Nunca teremos aquilo novamente,
mas Grey’s Anatomy está tentando se reinventar e conseguindo, até agora. A
sensação de que as coisas podem melhorar ainda mais é algo para não se perder.
P.S* Saudoso O’Malley.
P.S*Estão todos ligados
sexualmente. Bons tempos em que o elevador era o espaço mais movimentado do
hospital!
P.S* Aos poucos, Meredith e
Maggie vão se acertando. E sem dramalhão!