Mulheres solitárias.
Com boas doses de emoção e
momentos marcantes, o episódio dessa semana de Grey’s Anatomy focou na
mulherada e deu muito certo. Tivemos pequenas aparições de Owen, Richard, Karev
e um pouco mais de Avery, mas as mulheres são a bola da vez, mostrando seus
sucessos, medos e dúvidas diante da profissão, da criação dos filhos, dos
relacionamentos.
A série vive um bom momento, com
histórias interessantes em desenvolvimento. Não canso de repetir que Meredith
retomou seu papel de protagonista de forma exemplar, mostrando que a personagem
era até deixada de lado, em detrimento de Cristina, por exemplo. Sem ela e sem
Derek por perto, Meredith se mostra mais humana do que nunca. Vacila, mas se
recupera. É mãe e é médica, enquanto espera para retomar também sua função de
esposa. A ideia, com certeza, é mostrar essa força feminina que nem mesmo ela
sabia ter em si. E assim, vemos a personagem ser engraçada em muitos momentos,
enquanto zomba de seus problemas e defeitos.
A retomada da trama com a
impressora 3D veio em bom momento. Meredith, afinal, vê suas ideias ganhando
utilidade real e, enquanto as crianças ficam na creche, ela, Bailey e Maggie
fazem um trabalho magistral na sala de operações, salvando a vida da paciente
viciada em livros. Aliás, uma história fofa, para adoçar um pouco os dramas da
semana, trazendo um exemplo de amor e companheirismo.
A discussão sobre solidão foi
outra boa sequência em que as meninas falaram de coração aberto. Bailey dá o
tom engraçado com sua narrativa de “hot husband”, mas no sentido literal de
calor humano. Amelia nos mostra mais de sua natureza frágil e sensível, assim
como Maggie, uma solitária por excelência que, no fundo, não quer levar uma
vida tão reclusa. Meredith, por sua vez, aprende que existe vida sem Derek e
sem Cristina a seu lado, mesmo que ela ainda tenha ensinado a técnica do “pause”
para Wilson, numa tática maligna pra retirar Karev se suas funções sexuais.
Amelia, aliás, começa a ganhar um
espaço interessante e o caso da Doutora Herman tem dado força às duas
personagens. Quase não há pressão para salvar uma médica genial ao saber que a
vida dela pode representar tantas outras sendo salvas.
Correndo por fora no tema
solidão, Owen e Callie enfrentam o fato de ainda não estarem prontos para
seguir em frente. E mais: questionam se já viveram suas parcelas de felicidade nessa
vida, enquanto se despedem de relacionamentos marcantes.
Já Kepner e Avery, enfrentam dias
difíceis, dessa vez, não como médicos, mas como pais e pacientes, de certa
forma. Ambos estavam ótimos no episódio, passando a sensação real e angustiante
de conviver com a noticia de que o primeiro filho deles tem poucas chances de
vida. Embora a explosão de Kepner tenha sido bem marcante, acho que a posição
de impotência de Avery não deixa devendo em nada. Duas atuações na medida, para
um drama que não tem solução.