Segredos e lealdades.
O tempo voa. Parece que foi ontem
que nos despedimos da excelente 12ª temporada de Grey’s Anatomy e cá estamos
nós, para o cabalístico (oi?) ano 13, com a expectativa de que as coisas
continuem muito bem, obrigada. A julgar por esse comecinho de temporada, parece
que o ritmo continua intenso e que o aprimoramento dos personagens guiará cada
história.
Eu ia começar a falar do que não
senti falta (pelo menos não tanto) só no final, mas decidi fazê-lo agora.
Assisti ao episódio, fiquei tensa durante todo o tempo com os desdobramentos e,
como geralmente faço uma pausa para pensar sobre o que escrever, acabei
notando, como uma das últimas coisas na lista, que não tivemos a presença de
duas figurinhas: Callie e Arizona. Pois é. Eu esqueci, simplesmente, que Callie
estaria fora de qualquer forma. Bateu aqui uma ponta de saudade e pesar, porque
eu continuo amando essa personagem. Arizona deixei de fazer questão há algum
tempo e, verdade seja dita, só notei a ausência após o pensamento “Cadê Callie?”,
mas enfim, registro que não fez falta.
Esse sentimento vem do fato de
que a história com Alex e Meredith foi tão envolvente que não ver Arizona,
Amelia e Hunt não fez diferença. Aliás, sejamos justos e digamos que as
presenças de Wilson, Maggie e Riggs também foram marcantes e essenciais para o
episódio, que nos trouxe questões importantes sobre responsabilidade e amizade.
Primeiro, vamos dizer que comecei
a sentir alguma empatia por Wilson. Não sei de onde veio e se ficará, mas a
fragilidade dela, os medos e a falta de família me pegaram. Nem chegamos ainda
na parte em que o marido maluco reaparece para atormentar, mas já consigo
entender bem melhor a motivação da personagem desde que surgiu na série. Nada
disso apaga o fato de que ela ficou aí, sendo chata por anos e sem muita função
além de namorada de Karev, mas em Grey’s geralmente as coisas se desenrolam
assim. Lembremos-nos de Callie, quase o mesmo caso.
O desespero de Wilson, sua
necessidade de fugir e buscar alguma proteção são compreensíveis e finalmente a
tornam humana. O que Richard oferece a ela em forma de conselhos é real. Os
problemas sempre diminuem. Talvez não hoje. Talvez não amanhã. Mas diminuem.
A situação no apartamento evoluiu
para um drama maior do que eu imaginava. Juro. Não passou pela minha cabeça que
Karev iria quase matar DeLuca daquele jeito, talvez porque, como observou
Meredith, ele já foi um “bad guy” e agora é um dos melhores. Dessa vez, no
entanto, Karev reviveu seus dias explosivos e é sim culpado e responsável pelos
seus atos. Essa violência e qualquer violência não têm justificativa. “Ah, mas
ele estava em cima da minha mulher”; “Ah, mas ele transou com a minha mulher”; “Ah,
mas ele olhou pra minha mulher”. Tanto faz, está errado, é crime. Controle-se
ou, nesse caso, encare as consequências.
Claro que, ao mesmo tempo, eu não
quero que Alex se dê mal. E é aí que Meredith nos representa bastante. Identifiquei-me
por completo com as dúvidas e com o modo dela agir, com o sentimento de querer
resolver as coisas e estar num beco sem saída. Meredith não tinha escolha. Era
impossível, como dizem, tapar o sol com a peneira. Foi um pouco decepcionante
quando ela inventa que Alex machucou a mão por ter escorregado na chuva, mas é
assim quando queremos proteger alguém querido. Logo depois, ela percebe que não
pode ser conivente, mas sua lealdade ao amigo é impressionante. Antes de tudo,
ela foi atrás de informações, embora tenha mantido a mentira por um tempo, levar
isso mais a fundo nunca pareceu ser uma opção para ela. Resta agora estar lá
para ajudar Alex nesse momento em que ele deve perder tudo o que já conquistou.
Ao mesmo tempo, ela precisa estar
lá para Maggie também e é cobrada por isso. Maggie merece mais, devo dizer. Se
Meredith é leal a Karev e era incrivelmente leal à Cristina, Maggie não fica em
outro patamar em relação à irmã. Confesso que sinto desconforto com esse lance
de Riggs ser estopim para algum desentendimento entre elas, porque,
convenhamos, Meredith se afastou dele agora, mas isso não vai durar. Acho
medonho colocar irmãs para brigar por causa de homem, então resta a mim esperar
que não passe disso, inclusive pela possibilidade de reaproximação de Maggie e DeLuca,
algo que todo mundo deve querer, já que o casal era só fofura.
Agora, no meio de espancamento,
risco de cegueira, mentiras e lágrimas, o que mais me assustou, de verdade
verdadeira, sem exageros, foi a situação paralela no quarto de April, recém-rasgada
pós-parto. Eu fiquei apavorada com a presença de Catherine ali. A mulher se
escondeu nas sombras com o bebê e ficou o tempo todo segurando a criança como
se fosse fugir dali com ela. Não sei como April não surtou enormemente porque
eu tava dando piruetas aqui.
Como assim, Catherine? Como você
diz para April que ela precisa dormir e se recuperar e que tudo que baby
Harriet precisa é da vovó megaevil? Quem dorme diante de tal afirmação? Eu já
pulava da cama e gritava “MIN DÁ MINHA FILHA RALA SUA MANDADA”. Senti como se
Nazaré Tedesco estivesse ali, roubando a cria de Susaninha Vieira, pronta pra
atirar todo mundo da escada. Não sei se é proposital, mas Catherine parece cada
dia mais louca e insuportável. Vamos rever isso aí, Shonda? Vamos? Estamos combinadas,
então.