Quando não é para ser.
Depois de um retorno intenso, eis
que Grey’s Anatomy aposta num episódio morninho (quase frio) para acalmar os ânimos.
Se isso é bom? Não muito, mas também não indica tragédia, apesar das variadas
historinhas sem muito peso aparente para o momento e da insistência em
direcionamentos de gosto duvidoso.
O principal continua sendo Karev
que, é claro, lida com as consequências de ter espancado DeLuca. Os
desenvolvimentos com ele são, talvez, a única coisa plausível do episódio,
afinal, nada mais normal do que perder o foco no trabalho diante de um estresse
desse. Gosto de Karev, ele tem ótima trajetória e foi de babaca completo a um
total querido, mas nada pode ser fácil para ele agora. É o moimento de encarar
sua impulsividade de frente. De encarar o medo e a mágoa de Jo, que sim, está certíssima
em se afastar.
Tudo isso acontece sob a proteção
um tanto invasiva de Meredith. Pois é. Acho que Meredith exagerou na dose dessa
vez e não apenas com Karev, o que comento mais à frente. É lindo vê-la ali, ao
lado de um amigo em necessidade, não o abandonando numa hora de extrema
dificuldade, mas aquela conversa dela com DeLuca no elevar foi de um mau-caratismo
sem precedentes.
DeLuca é a vítima. Ponto final.
Não dá para defender Karev em absolutamente nenhum nível ou pedir para que quem
sofreu a agressão “pegue leve”, “não exagere”, “pense na carreira do seu
maravilhoso agressor”. Papo estranho e que, para mim, não condiz com o que a
série vem pregando até aqui.
Digo o mesmo para a questão entre
Meredith e Maggie. Eu me arrependi de não ter dito isso no texto anterior mais
abertamente, mas direi aqui. Não faz sentido uma série que propaga ideais
feministas botar duas irmãs brigando por macho. É feio, é boçal, é idiota em
diversos níveis. Sei que Meredith e Maggie não brigaram. AINDA. Mas esperem,
isso virá. Detesto desde já essa intenção de criar um atrito que desmerece
tanto nossa inteligência.
Vejam só as manobras de Meredith
para evitar que Maggie saia com Riggs. De dar nojo. Não por ela querer Riggs
para ela, nem acho que seja o caso, mas por não ser honesta, por agir pelas
costas e tentar bloquear Maggie ao estilo “nenhuma das duas vai ficar com ele”.
Sei lá. Confesso que não entendo muito bem a insistência nesse arco que não me
faz querer Meredith com Riggs, me faz revirar os olhos e achar a química entre
eles uma coisa super forçada.
Falando em química forçada, o que
foi Amelia querendo que Owen e Riggs sejam amigos de playground do prédio? Dois
homens adultos... WHY? Não entendo isso também e imagino que possam desenvolver
plots melhores, pelo amor de Deus. Ainda nessa toada, Bailey quer ter um
espião. Nossa, o que falar desse acontecimento tão relevante no episódio? Nada?
Então, realmente não tem nada mesmo pra debater a respeito.
Kepner e sua tristeza pela
separação da filha são também o outro ponto plausível dessa semana. Parto
traumático, de recuperação difícil. Imaginem a frustração de ter um bebê e não
poder fisicamente estar com ele nesses primeiros dias de vida da forma como se
gostaria? Deve ser um sentimento esmagador de impotência. Jackson segue sendo
fofo e sem exagerar quando April aponta as questões entre eles, que não são
mais casados, pelo menos por agora. É claro que ela deve aceitar a ajuda dele,
mesmo sem casamento, ele é o pai de Harriet e se ele pode ajudá-la, nada mais
natural. Só que April sabe que às vezes a ajuda dos Avery tem um preço e esse é
seu senão momentâneo. Se fosse Catherine a oferecer, aí sim, teríamos um
problema. Aliás, melhor uma babá ou enfermeira do que a vovó com cara de ladra
de crianças. Disso ninguém vai discordar.